quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Seminário de São Paulo de Almada


O Seminário de São Paulo de Almada foi fundado como seminário do Patriarcado de Lisboa no ano de 1935, mas já antes a casa contava com um rico historial, de grande relevo na vida de Portugal e de toda a zona circundante de Lisboa. Assim, a vida desta belíssima casa começa no já longínquo ano de 1569, com a fundação do Convento Dominicano de São Paulo de Almada por Frei Francisco Foreiro, insígne teólogo que se distinguiu no Concílio de Trento, e então Provincial da sua Ordem no nosso país, que nele viria a falecer e ser sepultado em 1581, onde ainda hoje se encontra.

Em 1755, o Convento sofre grandes danos, e só a Igreja é restaurada quase de imediato, motivo pelo qual passa a sede da paróquia de Nª Sª da Assunção do Castelo, cuja igreja havia caído com o sismo. Dez anos depois, e porque as condições nunca mais foram as mesmas desde aquele catalismo, os Frades Pregadores abandonam o Convento de São Paulo.Começa aqui o rol das muitas tribulações e mãos pelas quais o Convento passou. Em 1775, os Dominicanos vendem a quinta a um industrial francês, François Palyart, e a casa conventual, em 1776 aparece já na posse das Ordens Militares, que por sua vez, e ainda no mesmo ano, a tornam a vender, desta feita ao mesmo francês que já tinha comprado a quinta. A igreja e uma das alas do convento ficaram para a paróquia.Com o decreto de extinção das Ordens Religiosas de 1834, os bens dessas instituições passam a fazer parte do património estatal, mas isso em nada afecta a Igreja de São Paulo, que era paroquial e não de ordem religiosa. Mas no ano seguinte, perde esse carácter, pois a paróquia de Nª Sª da Assunção do Castelo foi definitivamente incorporada na de Santiago de Almada, ficando a igreja entregue aos cuidados de uma das suas irmandades, a do Rosário. Segue-se uma fase extremamente confusa, com vendas e contravendas, falências e casos mal esclarecidos. 
Chegamos, entretanto, a 1855 com uma situação no mínimo caricata: a quinta e a casa eram de um proprietário, mas o corredor da Sacristia era de outro. E assim se foi caminhando, com tudo a ameaçar derrocada total. A irmandade da Assunção, para não deixar que a igreja se danificasse, fez restauros em 1897. Em 1913 está danificada grandemente, tendo sido as imagens atiradas pela ravina ou queimadas. Alguma coisa escapou, mas nada ficou incólume.Em 1934, o Patriarcado de Lisboa adquire a Quinta e o Convento, por intermédio do Cónego José Falcã, para instalação do Seminário Menor, sendo este inaugurado no ano seguinte, a 20 de Outubro de 1935, pelo então Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira, com 41 seminaristas. O seu primeiro Reitor foi Monsenhor Francisco Félix, e o primeiro Vice-Reitor, o Padre António de Campos, mais tarde ordenado Bispo. Por o espaço ser relativamente exíguo para o que se necessitava, logo em 1936 começam obras de ampliação, que foram terminadas e inauguradas em 1938.Cumpridas que foram, em 1960, as Bodas de Prata do Seminário, este preparava-se para atravessar o Concílio Vaticano II. No fim deste, em 1965, surgiu uma novidade: o Patriarcado de Lisboa iria criar três zonas pastorais - Santarém, Oeste e Setúbal - com vista à sua elevação a Dioceses. O Seminário de Almada ficou assim plenamente integrado na Zona pastoral de Setúbal. Os acontecimentos, no entanto, não tomaram um rumo linear: nas conversações e nas reuniões havidas no seio da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a criação e os limites das novas dioceses, o Cardeal Cerejeira opôs-se a que o Santuário do Cristo-Rei e o Seminário de Almada fossem integrados no território da nova Diocese de Setúbal. A votação então havida foi inconclusiva, com a diferença de um voto a separar os bispos secundantes desta opinião e os seus opositores, para quem tudo o que estava abaixo da linha do Tejo no território do Patriarcado devia fazer parte da nova Diocese de Setúbal. E assim, a 16 de Outubro de 1975, pela Bula Studentes Nos, do Papa Paulo VI, era criada a Diocese de Setúbal, sem o Seminário de Almada e o Santuário de Cristo-Rei. No entanto, mercê das insistências do Cónego João Alves, antigo Vice-Reitor do Seminário, que viria a ser Bispo de Coimbra e Presidente da Conferência Episcopal, a Bula trazia a clausula de que as duas instituições só ficariam em administração do Patriarcado «enquanto não se pode providenciar doutro modo».
 


Enquanto isso, na nova diocese de Setúbal, nascia o Seminário Diocesano logo a 2 de Fevereiro de 1976, pela mão do seu primeiro bispo, D. Manuel Martins. Este seminário, no entanto, não teve outra existência senão a formal durante cerca de quinze anos, com os seminaristas de Setúbal a fazerem a formação fora do território da diocese, na sua maior parte nos seminários de Almada e Olivais, do Patriarcado. Ao mesmo tempo que, em 1986, o Seminário de São Paulo comemorava as suas Bodas de Ouro, ia nascendo e crescendo o desejo em D. Manuel Martins de poder fazer a formação dos seus seminaristas numa instituição que tivesse a ver com a realidade da sua diocese. E foi assim que, em 1991, nasceu com três seminaristas que o iniciaram, na cidade episcopal, o Seminário de Santa Maria Mãe da Igreja, dando finalmente corpo ao Seminário Diocesano de Setúbal. Deixou-se então de frequentar o Seminário de São Paulo, completando-se somente a restante formação no Seminário dos Olivais. Mesmo este estado de coisas viria a terminar no ano de 1997, com D. Manuel Martins a chamar todos os seminaristas a Setúbal, devido ao facto de entender estarem reunidas todas as condições para a formação ser feita integralmente na Diocese.Neste intervalo de tempo, nunca a situação do Seminário de Almada e do Cristo-Rei surgiu como «natural» aos olhos dos diocesanos de Setúbal, que olhavam com alguma estranheza a sua continuada situação de enclave dentro da nova Diocese, sem resolução definitiva à vista. Pela conjugação de diversos factores, no ano de 1998 foi possível às duas dioceses começarem a encarar a hipótese da transferência, o que, depois de algumas conversações, se veio a realizar a 16 de Julho de 1999, XXIV Aniversário da criação da Diocese de Setúbal, já então presidida pelo seu segundo bispo, D. Gilberto D. G. Canavarro dos Reis. Os seminaristas que estavam em Setúbal vieram então para o Seminário de Almada, mantendo-se os responsáveis: como o Reitor, Mons. Alfredo Brito, e como primeiro Vice-Reitor, o Padre Carlos Rosmaninho. Em 15 de Agosto de 2002, para dar continuidade e renovar tão importante obra diocesana, o Senhor Bispo de Setúbal, como é tradição, assumiu pessoalmente o papel de Reitor, nomeou Vice-Reitor o Padre José Rodrigo da Silva Mendes F.C. e Prefeito e Ecónomo o Padre João Rosa José, sendo este último substituído, em 2005, pelo Padre Fernando Maio de Paiva. No presente ano mantendo-se como Reitor da casa, O Sernhor Bispo nomeou o Padre Fernando Paiva como Vice-Reitor e Ecónomo e o Padre Rui Gouveia como Perfeito.
A instituição Seminário de S. Paulo foi assim plenamente assumida, com a sua história e tradição já longas, pela Diocese de Setúbal, que deseja torná-la coração e viveiro de muitas vocações, para a Diocese e para tudo aquilo que o Senhor pede à Sua Igreja. Procura não desdizer o passado das duas instituições que lhe deram origem: o Seminário Patriarcal de S. Paulo e o Seminário de Santa Maria, Mãe da Igreja. Estes foram como que os «progenitores» desta nova situação do Seminário Maior de S. Paulo: um «pai» ardente no zelo do Apóstolo de quem tomou o nome, e uma «mãe» pobre e simples que toma d'Aquela que lhe deu a existência a fé confiante e a vontade de servir até ao fim, «até à morte e morte de cruz» e «guardando sempre tudo no coração».

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Santa Maria da Graça: Padroeira da Diocese de Setúbal

Confirmação da escolha de Nossa Senhora como Padroeira da Diocese de Setúbal com o título de SANTA MARIA DA GRAÇA e aprovação da respetiva celebração litúrgica

(tradução)

JOÃO PAULO II
para perpétua memória

Considerando que o clero e os fiéis da diocese de Setúbal, em tempos mais recentes, têm honrado e continuam a honrar a Bem-aventurada Virgem Maria com o título de Santa Maria da Graça com um culto particular e constante; o Venerável Irmão Manuel da Silva Martins, Bispo de Setúbal, acolhendo os pedidos comuns do presbitério e do povo católico, aprovou de acordo com o seu poder a escolha da Bem-aventurada Virgem Maria com o título corrente de Santa Maria da Graça como Padroeira da diocese de Setúbal junto de Deus.
Visto, porém, que o mesmo Venerável Irmão pediu com todo o empenho que a escolha e a aprovação fossem confirmadas de acordo com a norma n. 30 (da Instrução acerca dos Calendários particulares e dos Ofícios e Missas Próprios que carecem de aprovação), Nós, com o parecer da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de bom grado concordámos com o seu pedido e com a Nossa suprema Autoridade Apostólica confirmamos como Padroeira da diocese de Setúbal Santa Virgem Maria com o título que acima referimos, com todos os direitos e privilégios em conformidade com as rubricas.
Na verdade, firmemente esperamos que esta escolha faça crescer o culto à Bem-aventurada Virgem em toda a diocese de Setúbal e também em cada um dos fiéis e dele nasçam não poucos frutos de piedade cristã e de bons costumes. Além disso, determinamos que estas Nossas Letras sejam devotamente conservadas e alcancem no presente e no futuro o seu pleno cumprimento, não obstante qualquer coisa em contrário.
Dado em Roma, junto de São Pedro, sob o Anel do Pescador, no dia 18 de Março de 1980, segundo do Nosso Pontificado.

                 Augustinus Card. Casaroli
                 a publicis Eccl. negotiis


(texto original)

JOANNES PAULUS PP. II
Ad perpetuam rei memoriam

Cum Beatam Mariam Virginem sub titulo - Santa Maria da Graça - clerus atque christifeles diocoesis Setubalensis recentioribus temporibus peculiari necnon assiduo cultu prosecuti sint e adhuc prosequantur, Venerabilis Frater Emmanuel da Silva Martins, Episcopus Setubalensis, presbyterii et populi catholici communia excipiens vota, electionem Beatae Mariae Virginis sub titulo vulgo dictu -Santa Maria da Graça - in Patronam apud Deum dioecesis Setubalensis poteste sua rite approbavit. Quoniam autem idem Venerabilis Frater enixe rogavit ut electio e approbatio huiusmodi ad normam - , Instructionis de Calendariis particularibus atque Officiorum et Missarum Propriis recognoscendis - n. 30, confirmaretur, Nos ex setentia Sacrae Congregationis pro Culto Divino eius precibus libenter annuimus et suprema Nostra Apostolica auctoritate Sanctam Virginem Mariam diocoesis Setubalensis Patronam apud Deum sub titulo, quem supra memoravimus, confirmamus, cum omnibus iuribus et privilegiis iuxta rubricas consequentibus. Profecto Nos confidimus fore ut hac electione et cultus Beatissimae Virginis in tota diocoesi Setubalensi et in singulis fidelibus augeatur, et inde non pauci pietatis christianae et bonorum morum fructus oriantur. Ceterum decernimus ut hae Litterae Nostrae religiose serventur suosque nunc et in posterum habeant effectus, contrariis quibuslibet non obstantibus.
Datum Romae, apud Sanctum Petrum , sub Anulo Pescatoris, dia XVIII mensis Martii, anno Domini millesimo nongentesimo octogesimo, Pontificatus Nostri secundo.

                 Augustinus, Card. Casaroli                 A publicis Eccl. negotiis

sábado, 8 de novembro de 2014

Memória dos Diáconos e Presbíteros já falecidos




Memória dos Diáconos e Presbíteros já falecidos que serviram a Igreja Diocesana de Setúbal, desde a criação da Diocese (1975)



Os Apóstolos nunca mais esqueceram o momento em que Jesus lhes tocou o coração: «Eram quatro horas da tarde» (Jo 1, 39)” (Papa Francisco, EG, 13)



No passado dia 6 de Novembro– mês das “almas”, em que somos convidados a fazer memória daqueles que nos precederam na fé implorando para eles a plenitude da vida do Céu – foi feito o sufrágio dos padres e diáconos que serviram a diocese de Setúbal, na Sé e nas Paróquias.

Eles foram – serão sempre – padres e diáconos chamados por Cristo, por meio da Igreja, que viveram, amaram, serviram, em nome de Jesus, como cooperadores do ministério apostólico, a Igreja de Setúbal.

Terminaram já a sua “função” de serviço. Dizemos deles que são “defuntos”. Continuam, porém, vivos em Deus e na nossa memória, como testemunhas da fé e do serviço ao Evangelho.

Neste ano, em que nos preparamos para a celebração dos 40 anos da criação da nossa Diocese, esta memória/sufrágio adquire um especial significado. A Igreja, por vontade de Cristo, não pode existir sem este ministério, pelo Ele se faz presente na Sua Igreja e a santifica. Lembramos especiais testemunhas da fé, não só vivida, mas também comunicada através do ministério ordenado, nos sacramentos, na pregação e na edificação da comunidade.

Fazemos deles uma memória agradecida a Deus pelo dom das suas vidas e do seu ministério, de que tantos e tanto beneficiaram. É a memória que fazemos de irmãos que escutaram o chamamento de Cristo que lhes tocou o coração, tal como aos primeiros discípulos. Memória que nos toca também a nós – padres, diáconos, religiosos, religiosas, fiéis leigos – para que, volvidos quase 40 anos sobre o momento inicial da nossa Diocese de Setúbal, renovemos com redobrado vigor o encanto, a alegria, a disponibilidade de, como discípulos missionários, servirmos Cristo, a Igreja, o Evangelho.

É a memória a que o Papa Francisco chama “deuteronómica”: uma memória agradecida e estimuladora de novo fôlego na fé e na missão, porque que nos faz presente uma «nuvem de testemunhas» (Heb 12, 1)” (cf. EG 13).



Quem são aqueles de quem, no dia 6, iremos fazer memória e sufrágio?

São dois diáconos permanentes, dos primeiros ordenados em Portugal após o Concílio Vaticano II: António Godinho e Inácio Silva.

São os dois primeiros vigários gerais: Padres Manuel Marques e Alfredo Brito.

São padres diocesanos a quem estavam confiadas paróquias em 1975: Agostinho Gomes (Castelo de Sesimbra); António Sobral (Barreiro); Jaime da Silva (Almada); José Gonçalves (Alcochete e Samouco); Manuel Frango (Azeitão); Manuel Gonçalves (Montijo); Mário Lopes (Costa da Caparica e Trafaria); Ricardo Lopes (Cova da Piedade). E também o P. João da Cruz, vindo de Lamego e que foi incardinado em Setúbal.

São padres de Institutos Religiosos: Capuchinhos (Alípio Quelhas, Daniel Ferreira, Manuel Belo); Jesuítas (Amadeu Pinto, Duarte Teixeira, Honório Santos, José dos Santos, Norberto Lino, Norberto Martins, Roberto Sequeira); Claretianos (Américo Faria, José Gonçalves, José Seixas, Manuel Leal); Scalabrinianos (Antonio Benetti, Attilio Barichello, Giuseppe Magrin, Luigi Tacconi, Luigi Vaghini); Filhos da Caridade (Joseph Poiron); Franciscanos (João Magalhães).

São padres diocesanos de outras dioceses: Camilo Martins, José Esteves e Júlio Nogueira, de Évora; Joaquim Sampaio, do Porto.



Estimulados por esta “nuvem de testemunhas”, somos a Igreja de Setúbal que, com Maria, se ALEGRA e EVANGELIZA!



sábado, 1 de novembro de 2014

Memória deuteronómica

«Deste modo o autor da Carta aos Hebreus chama a estar atentos aos que anunciaram o Evangelho e que já se foram... pede-nos para que recordemos a partir da fecundidade do que semearam entre nós. Pede-nos para que recordemos com a memória do coração, a memória deuteronómica que constrói sobre a rocha, que plasma vidas e marca corações.»

 

«“Lembrai-vos dos vossos dirigentes, que vos anunciaram a palavra de Deus. Considerai como terminou a vida deles, e imitai-lhes a fé” (Hb 13, 7). Deste modo o autor da Carta aos Hebreus chama a estar atentos aos que anunciaram o Evangelho e que já se foram. Pede-nos para lembrá-los, mas não daquele modo formal e, às vezes, comiserador, que nos faz dizer “quanto era bom!”, uma frase que ouvimos com frequência nos cemitérios. Este tipo de memória é uma simples recordação de formalidade social. Ao invés, pede-nos para que recordemos a partir da fecundidade do que semearam entre nós. Pede-nos para que recordemos com a memória do coração, a memória deuteronómica que constrói sobre a rocha, que plasma vidas e marca corações. Sim, o nosso coração se edifica sobre a memória daqueles homens e daquelas mulheres que nos aproximaram das fontes de vida e de esperança à qual poderão chegar também os que nos seguirem. É a memória da herança recebida, que por nossa vez, devemos transmitir aos nossos filhos.
Então, com essa memória, recordamos (os que já partiram) e perguntamo-nos: o que nos deixou cada um? Quais são as suas marcas que encontramos no caminho da nossa vida?
...
Agradeçamos a Deus nosso Senhor por tê-los conhecido. São dirigidas também a cada um de nós as palavras “considerai como terminou a vida deles, e imitai-lhes a fé” da Carta aos Hebreus.»

Buenos Aires, 6 de maio de 2012
Cardeal Jorge Bergoglio (atual Papa Francisco)
 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Peregrinação Diocesana a Fátima - 25 de Outubro 2014

«Nesta peregrinação – que abre solenemente o ano pastoral preparatório da celebração dos 40 anos da diocese – peçamos para a Diocese a graça da oração contemplativa para sentirmos no peito a luz de Deus. Então, seremos capazes de fazer memória feliz e agradecida do amor de Deus e, de viver a paixão de dar Cristo aos homens e às mulheres, aos jovens e às crianças, como Maria o deu aqui em Fátima. Ele é a fonte da alegria profunda que nada nem ninguém nos poderá roubar.»



Homilia do Sr. Bispo D. Gilberto na peregrinação da Diocese de Setúbal a Fátima

Em Fátima, Nossa Senhora visitou-nos, como um dia visitou a prima Isabel, para nos dar Jesus, fonte inesgotável de alegria. Felicito-vos por terdes vindo até junto de Maria e convido-vos a abrir-lhe a alma com o encanto dos pastorinhos, sobretudo da Jacinta e Francisco, já beatificados.
Saúdo cada um de vós que pelo baptismo fostes incorporados em Cristo, revestidos do Espírito e reunidos na Igreja de Deus e que estais no coração do nosso Deus. Bem vindos. Caros diocesanos e peregrinos.
Os pastorinhos, a quem a Senhora mais brilhante que o sol apareceu, eram crianças normais, rezavam pouco, cuidavam o rebanho mas gostavam mais de brincar, tinham medo. Depois das aparições tudo muda: rezam longos tempos, sacrificam-se por amor a Deus, não têm medo de morrer mesmo no azeite a ferver, suportam a doença por amor a Jesus...
Que aconteceu para provocar esta mudança profunda na sua vida?
Não foi o susto das aparições nem quaisquer promessas mundanas. Foi a luz de Deus que Nossa Senhora colocou no seu peito, no decorrer das aparições. Foi essa luz que os impressionou.
Lúcia diz, acerca desta luz: Maria abriu... as mãos, comunicando uma luz tão intensa..que, penetrando-nos no peito e no...íntimo da alma, nos fazia ver Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor espelho. O Francisco diz: "o que mais gostei foi ver Nosso Senhor na luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus! Mas Ele está tão triste, por causa dos muitos pecados"(..) "estávamos a arder, na luz que é Deus e não nos queimávamos. Como é Deus!"
A luz que a Senhora pôs no seu coração, encantou-os e transformou-os. Mostrou-lhes Deus no Seu encanto, fez-lhes desejar o Céu, sentir a maldade do pecado, levou a Jacinta a rezar pelos pecadores e o Francisco a rezar muitos terços para ir para o Céu e para consolar Jesus!
A experiência do amor de Deus criou neles um amor tão grande a Deus que os abriu plenamente à Sua vontade. Assim, à pergunta de Nossa Senhora "quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos em reparação dos pecados com que é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?" responderam: 'sim queremos'.
Caros irmãos e irmãs,
A experiência do amor de Deus renova as pessoas. A conversão dos pastorinhos, a partir desta experiência, confirma o que a história ensina: quando Deus Se revela em todo o Seu amor, o homem renasce. Também o Papa – na carta que me enviou pela Secretaria de Estado com a bênção aos artistas Rão Kyao e Teresa Salgueiro em resposta à oferta ao Santo Padre, por estes artistas, de seus trabalhos discográficos, feitos em ligação com o nosso Seminário de Almada – diz assim: " A nossa alegria não vem (..) de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa -Jesus-que está no meio de nós (...) com Ele, nunca estamos sozinhos, até nos momentos difíceis..".
Caros irmãos na fé,
Na preparação dos 40 anos da Diocese, a nossa primeira atitude é de alegria e de acção de graças a Deus por nos ter “tocado o peito” com a luz do Seu amor neste tempo. Este amor imenso e belo tornou possível todo o bem e crescimento destes anos, reuniu-nos como Igreja feliz e fiel e tem gerado belos frutos de vida e de santidade a par de tantas realizações que conheceis bem.
Conscientes do amor de Jesus que nos precede e envolve, queremos no curso do ano descobri-lo melhor e descobrir pessoas, instituições e obras que dele brotaram, que O revelam e, diante das quais, queremos dizer com Maria: “a minha alma engrandece o Senhor...”.
Caros peregrinos,
O amor de Deus sempre precede e envolve o cristão. A experiência deste amor, na fé viva, é essencial na vida cristã. Se está forte tudo se alcança, se está débil tudo se complica. Por isso, para sermos Igreja da alegria e da evangelização, pedi comigo à Mãe do Céu que, como na visitação, acenda no coração de cada diocesano – fiel leigo, clérigo ou religioso – a luz do amor de Jesus.
Envolvidos neste amor, conseguiremos dar a Deus, com os pastorinhos, um “sim” decidido, mesmo que implique grandes sacrifícios: os sacrifícios necessários para abrirmos o coração ao amor de Jesus, para
nos tornarmos discípulos missionários, evangelizadores com Espírito, Igreja em saída e capaz de mudar o que for necessário para sermos fiéis ao Evangelho.
Por isso, pedimos à Mãe do Céu que ponha em nós a luz do amor de Jesus, como fez aos pastorinhos, para apostarmos corajosamente na catequese dos adultos, na formação dos catequistas, na iniciação cristã exigente e cativante, no acompanhamento dos jovens. Pedimos esta luz para que tenhamos sede da Palavra divina e para que a missa dominical nos una a Cristo que comungamos, ilumine a vida da semana e nos reúna como família de Deus. Pedimos esta luz para acolhermos com a atenção de Jesus os que nos contactam e para ir ao encontro de quem busca a esperança.
Pedimos à Mãe do Céu o amor de Cristo para que brilhe em nós e para melhorarmos os nossos muitos e belos serviços de caridade, através de maior aposta no envolvimento de toda a comunidade, no trabalho em rede, na escolha e formação dos vários agentes, na cultura da espiritualidade cristã e no bom acolhimento a cada pessoa. Tudo isto para crescermos na arte de escutar bem o pobre, de o integrar plenamente na comunidade e de sensibilizar o povo de Deus para a urgência de conhecer, pôr em prática e divulgar o rico e actual ensinamento social da igreja.
Pedimos à Mãe do Céu a luz divina necessária para viver a alegria nas crises; para superar as queixas lamurientas, a maledicência e a rotina pastoral; para ser um só coração e uma só alma; para sermos alma cristã da Península de Setúbal e ricos na vocação laical, religiosa e sacerdotal.
Pedimos à Mãe do Céu a luz divina para detestar e combater o pecado e para rezar pelos pecadores; para tornar as famílias lugar onde germina e cresce a vida e o amor, lugar e escola de comunhão, de alegria, de oração e de evangelização e para aprender a acolher os casais em rotura; para nos tornarmos comunidades onde cada um se sinta acolhido e acolha bem e para que nos sintamos enviados a participar na construção duma sociedade mais justa e fraterna.
Caros diocesanos,
Do que mais precisamos é desta luz que Nossa Senhora meteu no peito dos pastorinhos e que os santificou. E precisamos de a pedir sem cessar porque Deus, embora a queira dar a todos, raras vezes a dá de forma extraordinária como aos pastorinhos.
Como acolher, então, a luz divina que não queima mas que encanta e tudo renova?
Acolhe-se desejando-a, pedindo-a com insistência e pondo-se a jeito de a receber. O sol entra em casa se abrirmos as janelas. A luz de Deus entrará em nós se abrirmos as janelas do nosso coração; entrará, se orarmos com Maria e os pastorinhos no silêncio orante, diante de Jesus escondido. Quem reza assim, irá descobrir na vida, por vezes negra como a noite, que o Deus bom está a sorrir-lhe e dizer-lhe: estou aqui e amo-te, nada te roubará a alegria!
Rezemos bem. Rezemos o terço, como Nossa Senhora pediu. Passemos mais tempo com Jesus escondido no sacrário e na Sua Palavra e tocaremos Deus na escuridão da vida como é dito no testemunho enviado à mãe pelo jornalista James Foley, executado pelos jiadistas:"Rezo por vós, para que sejam fortes e acreditem. Sinto que, ao rezar, vos consigo tocar mesmo nesta escuridão".
Nesta peregrinação – que abre solenemente o ano pastoral preparatório da celebração dos 40 anos da diocese – peçamos para a Diocese a graça da oração contemplativa para sentirmos no peito a luz de Deus. Então, seremos capazes de fazer memória feliz e agradecida do amor de Deus e, de viver a paixão de dar Cristo aos homens e às mulheres, aos jovens e às crianças, como Maria o deu aqui em Fátima. Ele é a fonte da alegria profunda que nada nem ninguém nos poderá roubar.
 
Ó Maria, virgem e Mãe,
ao visitares a tua prima Isabel
– grávida da presença de Jesus –
fizeste exultar de alegria João Baptista, no seio de sua mãe,
ao pressentir o Salvador
e, cheia de alegria, cantaste as maravilhas do Senhor.
Ó Maria, que nos visitastes neste lugar,
que encheste de luz o peito dos pastorinhos,
e que sois nossa padroeira sob a invocação de Santa Maria da Graça,
fazei-nos sentir a presença e a alegria de Jesus Ressuscitado
já nesta celebração e ao longo do ano, tão intensamente,
para que sejamos capazes de viver este ano pastoral
preparatório dos 40 anos da Diocese
sob o lema “Setúbal, com Maria, alegra-te e evangeliza”.
Ámen.

+ Gilberto, Bispo de Setúbal

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Criacção da Diocese de Setúbal: Bula "Studentes Nos"

 
Paulo, Bispo, servo do servo de Deus. Para perpetuar a memoria. 
Em virtude da missão apostólica de que estamos incumbidos e procurando não descorar nada do que possa do que possa ser mais útil e de maior bem para os fieis de Cristo, julgamos dever anuir aos desejos dos nossos veneráveis dos irmãos António Ribeiro, Cardeal da Santa Igreja Romana, Patriarca de Lisboa, David de Sousa, Arcebispo de Évora, e Manuel do Santos Rocha, Bispo de Beja os quais, seguindo o parecer da Conferencia Episcopal Portuguesa. Rogaram a esta fé Apostólica a fundação de uma nova diocese a partir de alguns territórios pertencentes às sua Igrejas. Depois de ouvir o nosso venerado irmão José Maria Sensi, Bispo Titular de Sardes e  Núncio Apostólico em Portugal, assentamos em quando segue: Do Patriarcado de Lisboa separamos o território da região pastoral de Setúbal, excepto o Monumento a Cristo-Rei e o Seminário, ambos na cidade de Almada, os quais continuam a pertencer ao mesmo Patriarcado, enquanto outra coisa não, fôr determinada; da diocese de Évora separamos as paróquias de  Canha, Pegões e Santo Isidro, pertencentes ao concelho de  Montijo, e a paroquia de Comporta, no concelho de Alcácer do Sal, finalmente, da diocese de Beja separamos parte do território da Paroquia de Melides chamada Ponta de Tróia, pertencentes ao concelho de Grândola. Com estes territórios  assim  reunidos constituímos a nova Diocese, que se chamara DIOCESE DE SETÚBAL, e cuja a sede  será na cidade de Setúbal. A sede do magistério Episcopal estará no templo  da mesma cidade consagrado a Deus em honra de Santa Maria das Graças, que será tido como Sé Catedral, com os respectivos direitos. Ao seu bispo impomos as obrigações próprias do bispos residenciais. Tornamos a diocese de Setúbal e o seu bispo sufragâneos da Igreja de Lisboa e do seu Patriarcado. Constituirão a mesa episcopal os emolumentos da Cúria, os dinheiros espontaneamente oferecidos pelos fieis, os bens que lhe advenham conforme  a norma do cânon 1500 do Código de Direito Canónico. Enquanto, por meio de outra Bula, se não constituir um colégio de Cónegos, nomeiem-se Consultores Diocesanos. Quanto ao governo e administração da diocese, à eleição do Vigário Capitular e assuntos do mesmo género, observem-se igualmente as normas canónicas. No que se refere ao Seminário e à Educação sacerdotal dos alunos atenda-se aos sagrados Cânones, às normas do decreto do Concilio Vaticano II "Optatam Totius" e às regras peculiares da  Sagrada Congregação para a Educação Católica. Quanto ao clero estabelecemos que, uma vez entrada em vigor esta Carta Apostólica, os sacerdotes fiquem adescritos à Igreja em cujo território tenham ofício ou beneficio; os outros clérigos e os alunos do Seminário, àquele em que legitimamente residem.
Finalmente, todos os documentos relativos à nova diocese sejam transferidos das Cúrias de Lisboa, Évora e Beja para a de Setúbal, ara ai  sejam religiosamente arquivados. Tudo o que acabamos de prescrever seja executado pelo venerando  irmão José Maria Sensi, já referido, ou por um sacerdote seu delegado, o qual há-de exarar e enviar, como de costume, à Sagrada Congregação dos  Bispos os respectivos documentos. Queremos que esta Carta seja tida como autêntica, no presente e no futuro, sem que nada obste em contrario.

Dado em Roma, em São Pedro, no dia dezasseis do mês de Julho do ano do Senhor de mil novecentos e setenta e cinco, décimo terceiro do nosso Pontificado.
João, Cardeal Villot, Secretário de Estado

José Rossi, Bispo de Palmira Decano dos Protonotários Apostólicos

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um pouco sobre a Diocese...

DIOCESE DE SETÚBAL
 
Fundação
A Diocese de Setúbal é uma das vinte divisões eclesiásticas da Igreja Portuguesa. Criada a 16 de Julho de 1975 pela Bula Studentes Nos do Papa Paulo VI, a Diocese de Setúbal teve como primeiro Bispo, o seu atual Bispo Emérito D. Manuel da Silva Martins. Na data da sua fundação a Diocese de Setúbal coincidia praticamente com a Região Pastoral de Setúbal, já formada no Patriarcado de Lisboa a 29 de Maio do ano de 1966.

População
A Diocese de Setúbal tem uma população de, aproximadamente, 720.000 habitantes. Segundo o censo do ano de 2001, 508.053 habitantes (70,8%) declararam-se católicos; 155 judeus; 1835 muçulmanos; 1249 praticantes de religiões não cristãs; 179.397 (25%) não responderam ou declararam não professar qualquer religião. Mais de um quarto desta população (28,32%) tem menos de 25 anos e apenas 19,28% tem mais de 65 anos. A franja etária maioritária é a dos 25 aos 64 anos (57,07%), sendo esta percentagem, ao contrário das outras duas, superior à média nacional. A taxa de natalidade é de 1,21% (ligeiramente superior à taxa nacional: 1,1%). A taxa de mortalidade é de 9,5%, sendo o índice de envelhecimento de 94,2% (inferior ao índice nacional: 105,5%).
 
 
Território
O território da Diocese de Setúbal tem uma superfície de aproximadamente 1.500 km2, abrangendo 9 dos 13 concelhos do distrito de Setúbal: Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e ainda três parcelas territoriais que integram a paróquia da Comporta (freguesia de Comporta, uma parcela da freguesia Santa Maria do Castelo, ambas pertencentes ao concelho de Alcácer do Sal; e Tróia, pertencente à freguesia de Carvalhal, concelho de Grândola).

Pastoral
Pastoralmente a Diocese de Setúbal, subdivide-se em sete vigarias forâneas: Almada, Barreiro-Moita, Caparica, Montijo, Palmela-Sesimbra, Seixal e Setúbal que envolvem um total de cinquenta e sete Paróquias ou comunidades equiparadas ("quasi-paróquias").
 
 
Bispo Diocesano

D. Gilberto Délio Gonçalves Canavarro dos Reis, nasceu a 27 de Maio de 1940 em Barbadães de Baixo, Freguesia de Vreia de Bornes, Concelho de Vila Pouca de Aguiar, Distrito e Diocese de Vila Real. Foi ordenado presbítero a 21 de Setembro de 1963 na Sé de Vila Real.
Nomeado Bispo Auxiliar do Porto a 16 de Novembro de 1988, por João Paulo II com o título de Elephantaria in Mauretania, foi ordenado a 12 de Fevereiro de 1989, na Igreja Matriz de Chaves. A 23 de Abril de 1998 foi nomeado Bispo de Setúbal, tomando possa a 21 de Julho de 1998.

Bispo Emérito
D. Manuel da Silva Martins, nasceu a 20 de Janeiro de 1927 em Leça do Balio, Freguesia de Leça do Balio, Concelho de Matosinhos, Distrito e Diocese do Porto. Foi ordenado presbítero a 12 de Agosto de 1951 na Igreja Matriz de Santo Tirso.
Nomeado para primeiro Bispo de Setúbal a 16 de Julho de 1975, por Paulo VI, foi ordenado a 26 de Outubro desse mesmo ano, na Igreja de Santa Maria da Graça, Sé de Setúbal. A 23 de Abril de 1998, João Paulo II aceitou a sua resignação como Bispo de Setúbal.
 
 

domingo, 28 de setembro de 2014

Foi há vinte anos...


Foi há vinte anos que se comemorava os Vinte Anos da Diocese. Na altura, o Dom Manuel Martins escreveu uma pequena mensagem de ação de graças a assinalar a data. Agora, recupera as suas palavras neste caminho de ação de graças dos Quarenta Anos.


Mensagem de Dom Manuel da Silva Martins Bispo de Setúbal
No XX aniversário da Sua Ordenação Episcopal

«Foi no dia 12 de Junho de 1975 que na Nunciatura Apostólica, em Lisboa, me foi comunicado, da parte da Santa Sé, que deveria ser o primeiro Bispo da Diocese de Setúbal a criar brevemente.
A nomeação tornou-se pública no dia 16 de Julho, dia em que também foi criada a Diocese, e fui ordenado em 26 de Outubro.
Há vinte anos que tudo isto se passou; há vinte anos que sou Bispo, não em Setúbal, mas de Setúbal.
Lembro-me de ter dito no dia da minha ordenação: «nasci Bispo em Setúbal, agora sou de Setúbal. Aqui anunciarei o Evangelho da libertação, na justiça e no amor. Aqui acompanharei, entusiasmado, todos os que trabalham e lutam para que o homem seja mais homem, numa sociedade justa».
Se fui fiel a este projecto importante ontem, importante sempre, só Deus o sabe. E sabe também que me esforcei por isso.
Quero também com especial carinho, evocar as últimas palavras do grande Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, na homilia da Missa:
«Setúbal, terra nova, em fértil actividade, cheia de esperanças e de promessas.
Porto, cristandade remontando episcopalmente ao século sexto, terra do trabalho, da família, da liberdade e independência pessoal!
Terras, uma e outra cheias de qualidade para que nelas a sementeira do Evangelho germine e prospere.
A Diocese do Porto tem muita honra e muito gosto em oferecer à Diocese de Setúbal o seu primeiro Bispo. Que, com ele e por ele, como promotor, guarda e moderador, em nome de Cristo, a nova Diocese vivat, crescat, floreat!»
É hora de agradecer a Deus todos os desafios que me lançou nos tempos difíceis em que me chamou a servir este povo, o bom clero, religiosos/as que me deu, os leigos empenhados e coerentes que pôs a fazer marcha comigo.
É hora de agradecer a Deus o apoio que me deu através de tantos estímulos vindos de todo o país e até do estrangeiro.
É hora de agradecer a Deus a amizade das gentes da minha terra que, tendo estado comigo no longínquo e inesquecível 26 de Outubro de 1975, quiseram também comungar dos meus sentimentos de alegria e de gratidão.
Que a todos o Senhor Jesus, por Maria, acompanhe e abençoe.

Setúbal, 26 de Outubro de 1995
XX Aniversário da minha Ordenação Episcopal

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