Nestes quarenta anos de Diocese,
em que damos graças por tantas pessoas, acontecimentos e instituições, comunidade
de Aires, Paróquia de Palmela apresenta-nos a história de uma filha da nossa
Diocese.
A “Nossa Nola”, mansa e humilde
de coração, sempre solícita, de olhar doce e sereno. A Nola filha única de um
casal também ele aberto à sua comunidade.
A sua infância foi como a de
qualquer menina da sua idade. Batizada aos 15 dias de vida com o nome de Maria
Magnólia.
Nasceu para a Vida a 9 de Fevereiro de 1963.
Sacramento do Batismo Fevereiro de 1963.
Sacramento do Matrimónio 14 de Setembro de 1996.
Nasceu para o Céu a 22 de Agosto de 2009.
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O seu primeiro dia de escola viveu com uma felicidade e um enorme
desejo de aprender, o mesmo desejo que mais tarde a levou a ensinar a ler e a
escrever a alguns adultos da nossa comunidade. Durante anos a Nola depois do
seu dia de escola / trabalho, ainda tinha a disponibilidade para sair de sua
casa e ir até à escola de Aires dar aulas a algumas senhoras e senhores dali e da
Volta da Pedra.
O seu cuidado com o saber das
pessoas também tinha par com o seu sentido Cristão. Frequentava a catequese, e
a seguir à Profissão de Fé, mais ou menos com 14 anos, começou a auxiliar na
catequese em São Julião, com a supervisão de outras catequistas e do senhor
Padre Graça.
A nossa comunidade ainda não
tinha igreja. Era um desejo acalentado pelos seus pais e por muitas outras
pessoas da nossa comunidade. Ao sábado à tarde, numa garagem emprestada, lá se
juntavam as crianças, o Sr. Padre Ramalho, a Nola e outros adultos. Ali
lançava-se as primeiras sementes desta comunidade.
A Eucaristia começou por ser ao
Sábado à tarde na Igreja da Baixa de Palmela. Ia um grupo de pessoas a pé,
fazendo também assim comunidade.
Depois foi-nos emprestada a
Capela da Sra. da Glória em Aires, e aí a semente da comunidade começou a
germinar com novo fulgor. A escola primária também nos foi emprestada aos fins-de-semana.
A Catequese das crianças começou-se a organizar e, claro, a nossa Nola como
catequista atenta e carinhosa. O grupo de jovens também ganhou novo animo. Agora
tinha um novo e bom propósito, angariar fundos para a construção da nossa
Igreja, pois entretanto já nos tinham cedido um terreno, para a construção da
nossa Igreja. E também no grupo de jovens contávamos com a nossa Nola. Quando a
responsável não podia, o grupo reunia-se na casa dos pais da Nola e era ela a
orientar o grupo. A catequese de adultos também se estava a organizar com o
impulso do saudoso Padre Marques, e claro com a participação da Nola.
Sempre empenhada na vida da
comunidade, o seu cuidado era demonstrado através do seu carinho, da sua doçura,
da sua serenidade.
Durante a construção da nossa
Igreja a Nola foi chamada ao Sacramento do Matrimónio. Lógico que a Celebração
não podia ser noutra Igreja que não a nossa. Um detalhe: a Igreja ainda estava
em construção, mas era a “nossa”. O Casamento foi Concelebrado pelos seus dois
grandes amigos Sr. Padre Marques e Sr. Padre Ramalho.
Depois do casamento continua a
dar catequese na escola de Aires. Nasce a sua primeira filha e quando o tempo
ou a saúde não permite deslocar-se à escola, dá catequese em sua casa. Ano e meio
depois nasce a segunda filha. Aí o papel de mãe obriga-a a fazer uma
interrupção de 4/5 anos. Após a entrada das meninas na escola volta à catequese
com a mesma doçura de sempre e a mesma serenidade que a todos contagiava. Mas
este regresso veio com o terrível carimbo da doença oncológica. Parecia mentira.
Um olhar tão doce, uma paz tão grande e a doença sempre à espreita. A batalha foi
travada como tinha de ser travada: com Fé em Deus e só em Deus. A todos dava
esperança como se fossemos nós os doentes, os necessitados de alento e
esperança.
A sua mansidão, humildade,
serenidade, zelo e fé, são o seu legado para as gerações futuras: é possível
viver “A Alegria do Evangelho”.
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