«Senhor, que eu não gaste inutilmente o tempo que me dás. Que saiba viver uma Vida cheia de Amor. Que eu saiba cumprir a Vontade do Pai e serei feliz, feliz!»
Cármen Antunes de Matos Fortuna, Carmita,
nasceu em Quinta do Anjo, (Portugal), no dia 14 de Julho de 1937, no
seio de uma família católica com poucos recursos económicos. Foi a
décima primeira de 12 irmãos.
Aos 19 anos Carmita decidiu seguir o seu sonho, de se tornar uma "'mãe de família" para crianças que tinham sido abandonadas.
Em Maio de 1959, com apenas 21 anos, adotou o primeiro "filho", tinha apenas 20 dias e estava condenado a morrer de fome devido a falta de cuidados por parte da mãe, que era deficiente mental. Esta decisão da Carmita não for muito bem vista pelos que com ela conviviam, pois consideravam-na muito nova para assumir tamanha responsabilidade. Aquando da adoção da segunda "filha" com 7 anos, a Francelina, a reação geral já foi mais moderada, todavia, muitos não compreendiam como é que alguém era capaz de dedicar toda a sua vida a crianças que ninguém desejava. A adoção da terceira criança, a Gracinha, com apenas 15 meses, ainda não andava devido à fome qua sempre passara, foi um escândalo. Viu-se obrigada a abandonar o curso do Magistério e o seu emprego, no Sanatório do Outão, onde era secretaria. Algum tempo mais tarde, recebeu mais três irmãos (dois rapazes e urna rapariga) tinham 1, 6 e 10 anos respetivamente. No total, Carmita acolheu 6 crianças.
Foi internada no Instituto Português de Oncologia (IPO), pela primeira vês aos 22 anos, sendo-lhe diagnosticado cancro da mama. Era considerada um "Anjo Bom" para muitos que como ela se encontravam internados no IPO e graças ao seu singular poder de comunicabilidade e de estabelecer amizades, foi um verdadeiro exemplo de fé e perseverança, para muitos que estavam confinados a vaguear pelos corredores do IPO sem qualquer réstia de esperança. Soube transformar a sua vida num exercício constante de apostolado na escola, no emprego, junto dos amigos, na vizinhança, no hospital, em toda a parte; pela palavra, pela amizade, pelo amor...
Também se comprometeu em vários movimentos apostólicos organizados, como, a J.A.C.F (Juventude Agrária Católica Feminina) a nos Cursilhos de Cristandade; a todos marcou profundamente, não só pela sua fé, mas sobretudo pela sua coragem e audácia. Nunca se "entregou" à doença e manteve toda a sua vivacidade e entusiasmo contagiantes até aos últimos dias que permaneceu na terra.
A 14 de Maio de 1980, voltou para junto do Pai, deixando em todos os que com ela conviveram uma lição e um exemplo inestimável do valor do Amor e do viver para os outros.
Testemunho de Mário da Silva Moura
Aos 19 anos Carmita decidiu seguir o seu sonho, de se tornar uma "'mãe de família" para crianças que tinham sido abandonadas.
Em Maio de 1959, com apenas 21 anos, adotou o primeiro "filho", tinha apenas 20 dias e estava condenado a morrer de fome devido a falta de cuidados por parte da mãe, que era deficiente mental. Esta decisão da Carmita não for muito bem vista pelos que com ela conviviam, pois consideravam-na muito nova para assumir tamanha responsabilidade. Aquando da adoção da segunda "filha" com 7 anos, a Francelina, a reação geral já foi mais moderada, todavia, muitos não compreendiam como é que alguém era capaz de dedicar toda a sua vida a crianças que ninguém desejava. A adoção da terceira criança, a Gracinha, com apenas 15 meses, ainda não andava devido à fome qua sempre passara, foi um escândalo. Viu-se obrigada a abandonar o curso do Magistério e o seu emprego, no Sanatório do Outão, onde era secretaria. Algum tempo mais tarde, recebeu mais três irmãos (dois rapazes e urna rapariga) tinham 1, 6 e 10 anos respetivamente. No total, Carmita acolheu 6 crianças.
Foi internada no Instituto Português de Oncologia (IPO), pela primeira vês aos 22 anos, sendo-lhe diagnosticado cancro da mama. Era considerada um "Anjo Bom" para muitos que como ela se encontravam internados no IPO e graças ao seu singular poder de comunicabilidade e de estabelecer amizades, foi um verdadeiro exemplo de fé e perseverança, para muitos que estavam confinados a vaguear pelos corredores do IPO sem qualquer réstia de esperança. Soube transformar a sua vida num exercício constante de apostolado na escola, no emprego, junto dos amigos, na vizinhança, no hospital, em toda a parte; pela palavra, pela amizade, pelo amor...
Também se comprometeu em vários movimentos apostólicos organizados, como, a J.A.C.F (Juventude Agrária Católica Feminina) a nos Cursilhos de Cristandade; a todos marcou profundamente, não só pela sua fé, mas sobretudo pela sua coragem e audácia. Nunca se "entregou" à doença e manteve toda a sua vivacidade e entusiasmo contagiantes até aos últimos dias que permaneceu na terra.
A 14 de Maio de 1980, voltou para junto do Pai, deixando em todos os que com ela conviveram uma lição e um exemplo inestimável do valor do Amor e do viver para os outros.
Testemunho de Mário da Silva Moura
Comecei a trabalhar no serviço de urgência do Hospital do Espírito Santo em 1953.
Atendia a qualquer hora as muitas pessoas que necessitavam de assistência para si ou para familiares, de noite ou de dia.
Uma
ou duas vezes atendi uma jovem mãe com um qualquer problema num filho
que trazia ao colo, mas despertou-me a atenção que das duas vezes a
criança não era a mesma.
Muito atento aos problemas de
relacionamento com os pacientes e a sua maneira de actuar, verifiquei
que aquela mãe era duma ternura extrema para com os seus filhos apesar
da sua franzina juventude.
O
tempo ia passando e esta presença repetiu-se mais algumas vezes pelo
que resolvi indagar de quem se tratava. Disseram-me então, para meu
espanto, que era uma menina da Quinta do Anjo que deixara a sua própria
profissão para acolher crianças abandonadas ou filhas de pais sem
condições para as criar (prostitutas, alcoólicos, etc.).
Eu
era ateu nessa altura e estava muito atento a actos de caridade que me
apareciam no meu dia-a-dia - a bondade e o amor eram para mim algo de
muito importante e tocavam-me no coração de maneira especial.
Estas
presenças da Cármen Fortuna no banco do hospital foram alguns dos
factos que mais contribuíram para vencer os meus problemas com Deus.
Assim
comecei a ouvir falar e a conhecer a Carmita, como era conhecida,
impressionado com a sua capacidade de entrega aos outros e mais
impressionado ainda com toda a sua história de vida e a amorosidade que
irradiava.
Fui
também sabendo que pertencia a uma família de excepcionais
características de preocupação com os outros e de vida cristã
irrepreensível.
**
Ao
fim de alguns anos com o acumular de testemunhos com este e após um
Curso de Cristandade, acabei mesmo por aceitar que Deus residia nos
nossos corações e que Jesus Cristo fora a Sua incarnação e continuava
connosco.
E eram exemplos como o da Cármen Fortuna que davam corpo a esta verdade.
E
de novo vim a contactar, agora com mais assiduidade e com outros olhos,
com a Carmita que também acabou por frequentar um Cursilho na sua ânsia
de entrega aos outros vindo a ser Reitora de cursos. Relembro como se
apresentava nas reuniões como “mãe solteira, com seis filhos, um de cada
pai!”, deixando toda a gente atónita até entender o que esta
apresentação continha de substancia caritativa e de presença do Deus
vivo!
Recordo
também com encarou uma doença grave que a atingiu, como impressionava
as pessoas com a sua aceitação do sofrimento (a sua Cruz!) e como
animava as pessoas com quem convivia, até nos tempos do seu internamento
hospitalar onde a sua acção apostólica ficou notabilizada – um
testemunho exemplar, digno duma verdadeira santa!
A
todos os que com ela conviviam era contagiante esta ternura, este
espírito de entrega, esta alegria de viver, esta aceitação do sofrimento
em oblação de si própria pelo bem dos outros, neste mundo tão cheio de
miséria e de egoísmo.
Até
aos seus últimos momentos, com sofrimento, se manteve fiel à sua Fé e à
sua doação – o velório do seu corpo e o seu funeral foram verdadeiras
homenagens a ela e ao Deus que a animava e sempre lhe orientou os seus
passos. Foi uma manifestação de Fé extraordinária que impressionou e
comoveu todos os que participaram em tal cerimónia fúnebre, cheia de
cânticos, de alegria, ao som da leitura de versos escritos pela Carmita.
Um ambiente daqueles só foi possível porque o Espírito Santo pairava sobre aquela verdadeira santa.
**
Tomei
depois conhecimento mais pormenorizado sobre a sua forma de vida e
sobre a sua maneira de ser através dum livro escrito por um dos seus
irmãos.
Mas o que escrevi acima é que é o meu verdadeiro testemunho, saído do meu coração, sobre a Carmita.
Entendo
que já se devia ter tomado a iniciativa de abrir um processo de
beatificação de Cármen de Matos Fortuna – a nossa Igreja necessita de
santos verdadeiros que deram sempre testemunho do Amor aos outros em
todas as circunstâncias da vida, indo como Cristo até a entrega da
própria vida.
Fonte: carmita.org
Sem comentários:
Enviar um comentário