CARAVAGGIO, "As sete obras de Misericórdia". |
João
Francisco Pires nasceu a 15 de agosto de 1923 em Vale de Lamas, freguesia de Baçal,
Diocese de Bragança e faleceu a 4 de junho de 1999 na Paróquia de Cristo Rei da
Diocese de Setúbal.
Viveu
discretamente uma vida de santidade na família, no emprego, na paróquia.
Casado, pai
de 3 filhos, avô de 3 netos, a todos deu uma boa educação. Amigo da esposa
Maria José Lopes, dos filhos, dos netos, das crianças, dos pobres, dos doentes…
Rezava
muito com a esposa desde o casamento, pedindo a Deus um filho padre e Deus
concedeu-lhes essa graça. Foi a primeira Ordenação Sacerdotal da Diocese, Padre
António de Luís Pires, na Solenidade da Imaculada Conceição em 8 de Dezembro de
1982. Atualmente é pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição na Costa de
Caparica.
Foi
catequista na Paróquia de Cristo Rei desde 1975, deu catequese na antiga Capela
das Torcatas e quando a Paróquia se estendeu para os bairros, nas primitivas
instalações na Rua do Lago e depois na Quinta de S. Francisco de Borja,
atualmente sede da Paróquia de S. Francisco Xavier de Caparica. Quando alguma
criança faltava, ia às casas saber ou telefonava. Levou um dos seus
catequisados a ser catequista.
Trabalhava
em Lisboa nos Correios e no intervalo do almoço evangelizava, dava catequese,
às crianças da rua, que juntava à sua volta, ficando muitas vezes sem almoçar
porque lhes dava a merenda que levava de casa, muitas vezes já acrescida para
distribuir.
A todos cumprimentava e dizia”
Deus esteja consigo” ou “ A paz esteja consigo”.
Era o amigo
dos pobres, visitava-os, às vezes levava-os a sua casa para lhes dar uma
refeição. Colaborava no apoio fraterno da Paróquia, chamava as famílias
carenciadas e dava-lhes o aviado, outras vezes ia levar-lhes a casa. Uma vez
tinha comprado um fato, porque precisava, mas na rua encontrou um homem pobre,
levou-o a sua casa, deu-lhe almoço e depois entregou-lhe o seu fato novo e
disse à esposa, também muito boa ” Deixa lá, porque aquele senhor está a
precisar mais do que eu… “ Era pobre em tudo em favor dos outros, chegou mesmo
a vender a sua aliança para ajudar…
Dava sempre
uma palavra de esperança aos pobres e uma ajuda a quem necessitava. Conhecia os
problemas das famílias, e não falava deles a outros, mas quando nos grupos
ouvia alguém criticar dizia que se averiguassem o que as pessoas estão a passar
não falariam assim…Outras vezes ajudava a fazer as pazes, dizendo que quando
nos confessamos também temos de pedir perdão.
Tinha uma
grande devoção a Nossa Senhora, muitas vezes chegava-se lá a casa e estava a
rezar o terço com a esposa. Todas as noites ia depois do jantar à Capela das
Torcatas rezar o terço e fazer adoração diante do Santíssimo ou sozinho ou com
alguém que convidava, sobretudo com o Sr. Luís, para quem foi um marco
espiritual, assim como para muita gente. Falava do amor de Deus e do amor aos
outros, era grande o seu amor à Igreja. Os dois encarregaram-se da limpeza da
capela. Depois de reformado ia também todas as manhãs rezar diante de Jesus no
Sacrário.
Aos
domingos depois da missa de manhã na Paróquia, ia à tarde ao Santuário de
Cristo Rei, preparava o altar para a Eucaristia e ajudava como leitor e
acólito.
Preocupava-se
com os doentes, visitava-os várias vezes, informava outras pessoas para que os
visitassem. Em 1983 foi o primeiro a ser instituído ministro extraordinário da
comunhão na paróquia, cargo que exerceu sempre com muito zelo, levando a
comunhão a muitos doentes e a alguns mais que uma vez por semana. Um dia a
pedido do pároco Padre Norberto Martins batizou um doente em casa e deu-lhe
Jesus como viático.
No final
quando por causa da doença, já não podia sair, recebia diariamente a comunhão
em casa com muita gratidão a Jesus. Nunca se queixava que estava mal, dizia”
Estamos como Deus quer”. No dia do Corpo de Deus fez um esforço por ir à
Igreja, foi a sua última comunhão na Missa. Agora no céu continua a interceder
por nós, ele que aqui na terra por todos rezava.
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