quinta-feira, 11 de junho de 2015

João Francisco Pires: Um grande apóstolo da Paróquia de Cristo Rei!



CARAVAGGIO, "As sete obras de Misericórdia".
João Francisco Pires nasceu a 15 de agosto de 1923 em Vale de Lamas, freguesia de Baçal, Diocese de Bragança e faleceu a 4 de junho de 1999 na Paróquia de Cristo Rei da Diocese de Setúbal.

Viveu discretamente uma vida de santidade na família, no emprego, na paróquia.

Casado, pai de 3 filhos, avô de 3 netos, a todos deu uma boa educação. Amigo da esposa Maria José Lopes, dos filhos, dos netos, das crianças, dos pobres, dos doentes…

Rezava muito com a esposa desde o casamento, pedindo a Deus um filho padre e Deus concedeu-lhes essa graça. Foi a primeira Ordenação Sacerdotal da Diocese, Padre António de Luís Pires, na Solenidade da Imaculada Conceição em 8 de Dezembro de 1982. Atualmente é pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição na Costa de Caparica.

Foi catequista na Paróquia de Cristo Rei desde 1975, deu catequese na antiga Capela das Torcatas e quando a Paróquia se estendeu para os bairros, nas primitivas instalações na Rua do Lago e depois na Quinta de S. Francisco de Borja, atualmente sede da Paróquia de S. Francisco Xavier de Caparica. Quando alguma criança faltava, ia às casas saber ou telefonava. Levou um dos seus catequisados a ser catequista.

Trabalhava em Lisboa nos Correios e no intervalo do almoço evangelizava, dava catequese, às crianças da rua, que juntava à sua volta, ficando muitas vezes sem almoçar porque lhes dava a merenda que levava de casa, muitas vezes já acrescida para distribuir.

A todos cumprimentava e dizia” Deus esteja consigo” ou “ A paz esteja consigo”.

Era o amigo dos pobres, visitava-os, às vezes levava-os a sua casa para lhes dar uma refeição. Colaborava no apoio fraterno da Paróquia, chamava as famílias carenciadas e dava-lhes o aviado, outras vezes ia levar-lhes a casa. Uma vez tinha comprado um fato, porque precisava, mas na rua encontrou um homem pobre, levou-o a sua casa, deu-lhe almoço e depois entregou-lhe o seu fato novo e disse à esposa, também muito boa ” Deixa lá, porque aquele senhor está a precisar mais do que eu… “ Era pobre em tudo em favor dos outros, chegou mesmo a vender a sua aliança para ajudar…

Dava sempre uma palavra de esperança aos pobres e uma ajuda a quem necessitava. Conhecia os problemas das famílias, e não falava deles a outros, mas quando nos grupos ouvia alguém criticar dizia que se averiguassem o que as pessoas estão a passar não falariam assim…Outras vezes ajudava a fazer as pazes, dizendo que quando nos confessamos também temos de pedir perdão.

Tinha uma grande devoção a Nossa Senhora, muitas vezes chegava-se lá a casa e estava a rezar o terço com a esposa. Todas as noites ia depois do jantar à Capela das Torcatas rezar o terço e fazer adoração diante do Santíssimo ou sozinho ou com alguém que convidava, sobretudo com o Sr. Luís, para quem foi um marco espiritual, assim como para muita gente. Falava do amor de Deus e do amor aos outros, era grande o seu amor à Igreja. Os dois encarregaram-se da limpeza da capela. Depois de reformado ia também todas as manhãs rezar diante de Jesus no Sacrário.

Aos domingos depois da missa de manhã na Paróquia, ia à tarde ao Santuário de Cristo Rei, preparava o altar para a Eucaristia e ajudava como leitor e acólito.

Preocupava-se com os doentes, visitava-os várias vezes, informava outras pessoas para que os visitassem. Em 1983 foi o primeiro a ser instituído ministro extraordinário da comunhão na paróquia, cargo que exerceu sempre com muito zelo, levando a comunhão a muitos doentes e a alguns mais que uma vez por semana. Um dia a pedido do pároco Padre Norberto Martins batizou um doente em casa e deu-lhe Jesus como viático.

No final quando por causa da doença, já não podia sair, recebia diariamente a comunhão em casa com muita gratidão a Jesus. Nunca se queixava que estava mal, dizia” Estamos como Deus quer”. No dia do Corpo de Deus fez um esforço por ir à Igreja, foi a sua última comunhão na Missa. Agora no céu continua a interceder por nós, ele que aqui na terra por todos rezava.

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